Eleitor, abra os olhos e veja os dois lados de tudo

É impressionante como o clima de radicalismo foi crescendo e criando bolhas no Brasil. Amigos e até parentes desfizeram amizades reais e, principalmente, virtuais. Assim, no WhatsApp e no Facebook, muitas pessoas acabavam vendo só as publicações - e até notícias falsas - favoráveis a seu candidato, não tendo oportunidade de ver o contraditório e as críticas a eles. Tudo só acaba reafirmando ideias preconcebidas, sem um mínimo de autocrítica.

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Assim, de ambos os lados, criou-se um ufanismo porque ninguém se dá conta dos defeitos de seu próprio candidato. Pegando como exemplo a eleição presidencial: quem defende Haddad nunca quis ir a fundo para descobrir os detalhes dos graves casos de corrupção do PT e da tragédia da política econômica no governo Dilma, enquanto quem defende Bolsonaro não se dá conta da gravidade das declarações discriminatórias e ao fato de o candidato não ter apresentado, até agora, propostas claras do que pretende fazer se vencer - quem sabe no 2º turno ele tenha tempo para esclarecer, pois, até o momento, o Brasil não conhece claramente o que ele pretende fazer em várias áreas. Por um lado, é aceitável que Bolsonaro declare, por exemplo, que vai tirar o Brasil da ONU porque ela não serve para nada, sem se dar conta dos danos ao país que um isolamento pode provocar? De outro lado, é aceitável que Haddad queira governar o país indo a Curitiba se aconselhar com Lula em uma prisão?

Esses são só alguns dos inúmeros exemplos de problemas que existem em ambas as candidaturas. Depois de analisar os dois lados com calma, vote de acordo com sua consciência;

SEM DIÁLOGO, TUDO PIORA

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Por isso é que sou contra o uso de termos como fascista e petralha, pois acabam rotulando o opositor como um inimigo que não merece nem ser ouvido, o que acaba com qualquer forma de diálogo. É uma intolerância mútua, que só acirra ânimos e piora a situação, criando uma guerra nada benéfica para o país. Ambos os lados têm motivos para fortes críticas aos opositores, sim, mas precisam ter a paciência de, ao menos, saber ouvir essas críticas dos concorrentes para poder refletir sobre elas - o grande problema é quando não há reflexão. Por isso, pense: se você rompeu amizades por causa das eleições, será que essa foi a melhor escolha? 

Essa paixão cega, de ambos os lados, pode gerar o que acontece em muitos relacionamentos amorosos: um amor repentino que, no futuro, pode virar um pesadelo, quando a pessoa abre os olhos e enxerga os defeitos da pessoa amada e resulta em grande decepção. Tomara que eu esteja errado, e que o futuro presidente consiga deixar seus defeitos de lado e governe bem o país, pois é o futuro de todos nós que estará em jogo.